domingo, 22 de abril de 2012

Pescarias de Caiaque no Conde, Bahia

Aproveitei a Quarta Etapa do Torneio de Pesca de Praia do Clupesal realizada na Praia do Curral Falso, nos dias 14 e15 de abril,  em Sítio do Conde para dar uma remada nas barras do Itariri e do Itapicurú. As fotos e resultados do torneio do Clupesal podem ser vistas clicando aqui.

Sendo o torneio no sábado a tarde e no domingo pela manhã, saímos daqui na sexta feira ás 06h00 com a companhia de Lindinalva e Ana Luíza. Chegamos em Barra de Itariri ás 08h30min e não pude colocar o caiaque na água devido ao forte vendo sudeste que soprava a mais de 20 km/h.

A opção era entrar no Rio Itariri depois da curva barra, onde o vento estaria mais fraco. Passamos então a procurar uma entrada e rodamos muito por várias estradinhas carroçáveis e quando finalmente encontramos uma entrada para o rio já passavam das 10h00 e a falta de uso da estradinha tinha possibilitado que a vegetação fechasse o acesso. Ai não teve jeito, tive que abrir uma picada no facão. 

(clique nas fotos para aumentar)

E chegamos a beira do rio.
A paisagem encantou Ana Luíza e Lindinalva que fizeram várias fotos de animais e flores, como a da foto abaixo de nome bem conhecido nosso. 
Ana Luíza aproveitou para fazer um filminho de como descarrego o caiaque do jipe que tem 1,85 m de altura.

Infelizmente passei apenas cerca de 1 hora no Rio Itariri, pois tínhamos um almoço marcado. Neste período tive apenas dois ataques de peixes não muito grandes que não se fisgaram. Comparativamente com o Joanes, o Itariri tem muito menos sinais de vida, seja de peixes ou outros animais, talvez ainda sequelas das pescarias de bombas que fizeram em passado próximo. 

No sábado pela manhã., já que o torneio seria no sábado à partir das 12h00 fomos com o amigo Maurício e o seu sobrinho Jean para a Barra do Itapicurú,  que fica ao Norte da Vila de Siribinha. Há uma palavra que descreve o lugar: "Marilhoso".

Águas limpas e transparentes, apesar de não muito calmas, e extremamente piscosas. Você chega e parece ouvir What a Wonderful World  na voz de Louis Armstrong.

Novamente o tempo estava curto e entrei na água às 09h30min já sabendo que tinha que sair às 10:30min para almoçar na barraca e ir para Sítio do Conde participar do torneio.

Atravessei o rio, uns  300 metros de largura,  e tentei em algumas estruturas. As fotos foram feitas com um zoom de 50X.

Sem sucesso,  fiquei na margem e tentei nas pedras. Também nada.

Fui então para o mangue,onde peguei quatro cabeçudinhos (xaréus pequenos) de menos de 25 cm, todos soltos. A isca foi o camarão maré. Quando atacavam a isca dava para ver que iam mais de cinco encima da isca e seguiam o cabeçudinho que estava fisgado até próximo da superfície. 

Quando deu 10h00 rumei para onde tinha ficado as meninas, o Maurício e o Jean e joguei um jig de metal para ir corricando. Quando cruzei o rio o molinete cantou forte e eu alegre achei que era peixe do dia e quando puxei era um baiacú arara de uns 35cm. Como já estava próximo, não embarquei pois seria complicado soltá-lo sem machucá-lo. Ana Luíza filmou a chegada.


Outras fotos: A diferença de altura entre o jipe do Maurício, todo original de fábrica, e o meu com suspensão e rodas modificadas.


Não pode haver aviso mais claro e direto que este.

O Jean examinando carinhosamente o baiacú "inchado", que é proteção natural dele, que aumenta de tamanho para dissuadir o predador de engoli-lo.  

Na saída, o Jean foi filmando o caminho no areal.
  
As fotos e filmes são de Ana Luíza.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Pescaria de Pincho ou Baitcasting

Vários amigos me perguntam como é a pesca de caiaque em rios e estuários e tenho respondido que a maioria é na modalidade de pincho, também chamada de baitcasting.

Apesar de minhas explicações , sinto que por deficiência minha não consigo fazer o interlocutor ter a precisa ideia do que estou falando, pois diferentemente da pesca de praia, no baitcasting  deixamos de ser um elemento passivo em relação aos peixes já temos que dar vida à isca para que haja o ataque. 

A única forma de filmar é tendo um capacete equipado com uma excelente câmera que compense as trepidações, equipamento que não disponho. Mas o colega pescador Baca, participante do Fórum Caiaque Brasil tem este equipamento, ele pesca "prá caramba" e produziu o excelente filme que está incorporado abaixo que dá a exata noção de uma pescaria de baitcasting, ou pincho, a bordo de um caiaque.
Clique aqui para ir ao post original
Clique aqui para conhecer o pescador Baca

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pesca e Consciência Coletiva

Essa semana um colega caiaqueiro levantou uma questão sobre imagens de peixes em situação constrangedora ou sangrando.

Isso me levou a considerar sobre algumas coisa que eram consideradas normais e aceitas há bem pouco tempo e que hoje são socialmente e até legalmente inaceitáveis. São elas:
  • Comer ovos de tartaruga
  • matar passarinhos e pequenos animais como lagartixas, preás, sariguês (eu mesmo tive estilingues e armas de pressão nas décadas de 60/70 e as usava para esses fins) 
  • Usar casacos de pele
  • Comer caça (paca, tatu, cotia, coelhos)
  • Manter animais silvestres em cativeiros (criar passarinhos, papagaios, micos, cágados) sem licença. 
  • Publicar imagens de animais mortos
Já havia feito um post antes sobre Consciência Coletiva, ou seja, àquela que emerge naturalmente do grupo, sem qualquer estímulo explícito. Isso aconteceu em um torneio de pesca de duplas quando pescamos um cação viola, eu e o Marcelo Lima, e resolvemos liberá-lo.

Não há restrições para a pesca do cação viola na Bahia e nem de tamanho mínimo, então a captura seria legal, mas eu e o Marcelo, mesmo com o risco de perda de pontos, pesamos, fotografamos e soltamos.  Na hora da pesagem alguém levantou a questão e todo o grupo aceitou a foto da pesagem. Isso é consciência coletiva, é crescer ambientalmente. 

Já há algum tempo que solto os peixes abaixo das medidas de referencia de outros estados  e a partir de hoje no Milpesca.com não teremos mais fotos de peixes mortos ou sangrando, ou em situações constrangedoras, mesmo que esteja em situação 100%  legal.  As fotos que já foram publicadas, paciência, ficarão como um marco de mudança, de crescimento. 

Eis alguns exemplos de sites, fóruns e blogs que já adotam esta prática:

Se souberem de mais algum, por favor me informem e mandem o link da evidência.





sábado, 7 de abril de 2012

Feliz Páscoa

Cristo não era pescador mas os seus principais companheiros, aqueles com quem dividia o pão, eram.  

  • Mateus 4:19
  • Certo dia, caminhando ao longo da praia junto ao Mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos, Simão, também chamado Pedro, e André, que num barco pescavam com uma rede, pois eram pescadores por ofício. Então chamou-os: Venham comigo, e vos mostrarei como ser pescadores de pessoas!.

Nessa páscoa um encadeamento de fatos me fizeram refletir como quase dois mil anos depois a história de Jesus Cristo se faz tão presente e é tão atual.

Convido você aconhecer a história de outro Cristo, o  Sr. Christoulas, ou Dimitris Christoulas, cuja história teve ápice nos últimos dias, mas não estão dando destaque. Clique aqui para conhecer.


Feliz Páscoa



quarta-feira, 4 de abril de 2012

Pescaria no Rio Capivara - Lado Oeste - O Tucunão

Introdução
Dia 01 de abril, domingo, eu e o Juca fomos pescar no Rio Capivara, já que o Rio Joanes estava muito "sujo", com a água marrom e uma visibilidade de poucos centímetros, sendo a pescaria desaconselhada pelo pescaiaqueiro Wil, grande conhecedor do lugar.

Chegamos por volta das 06h00, dia claro. Colocamos os caiaques na água e iniciamos o trabalho de picho. Nada de peixes e fomos descendo o rio, passamos por canais estreitos, praticamente arrastando o caiaque por cima da vegetação. Apelidamos esse local, onde Juca derrubou seu caríssimo celular na água, de "Beco do Galaxy". 

Como na vez anterior eu tinha ido na frente e peguei um tucunaré grande,  o Juca estava à frente e eu fui explorando as margens, pinchando. Troquei de isca e quando fiz o arremesso, ainda não acostumado como peso da nova isca, ela caiu em terra. Fui puxar a linha fortemente, meio de costas, meio de fundo, displicentemente, e..."tchibum": meu primeiro caldo. Abaixo coloco detalhes e a lição aprendida.

O Tucunão
Depois do "caldo", envergonhado, juntei-me ao Juca e como tinha quebrado uma vara e perdido a outra, o Juca emprestou-me uma, coloquei uma isca de superfície e descemos o rio pinchando. Em  um local largo, comecei a ver movimentação de peixes grandes e avisei ao Juca. Depois de diversos pinchos,  a água subiu em um "estrondo" ("eita" exagero!), minha isca sumiu e a vara vergou. Tava fisgado, mas só brigou para valer próximo ao caiaque, com a varinha toda vergada  tive que trabalhar até o tucuna "pranchar" para poder embarcar. Olha o filminho feito pelo Juca, inicialmente distante e depois mais próximo.

Uma grande emoção. Obrigado amigo Juca.

O Rio Capivara
Você se admira com o Rio Capivara, é muito bonito neste trecho e com profundidade e largura que surpreendem. Veja as fotos do Juca.
(ckique nas imagens para ampliar)



O "Caldo"
Quando iniciei no uso do caiaque tinha um medo danado de adernar. O tempo vai passando, você vai usando e como o bichinho passa muita segurança,  você acaba por esquecer que está em uma "casca de amendoim" e começa a "abusar". O Juca chega até a ficar em pé sobre o caiaque.

Pois foi nessa de "não tô nem ai" que dei um vacilo ao puxar uma linha presa em uma árvore, o caiaque balançou, instintivamente fiz o contrapeso mas não adiantou e dei com o "burro (eu) nágua".

Agora eu sei o que significa quando os caras dizem: "de repente, virei". É isso mesmo, fração de segundos, quando vi estava debaixo d'água. O colete puxou-me para cima, as fitas entre-pernas do colete fizeram seu trabalho e entraram entre as nádegas (hó humilhação) e doeu, mas boei. O vento forte já tinha levado o caiaque por uns dez metros (cara, como foi rápido!) mas a âncora que estava passada no anel deslizante segurou. Se fosse em mar aberto, lugar profundo, apenas o vento teria levado o caiaque para longe. O remo ficou em minhas mãos, estava sem o salva-remos.

O engraçado é que o vento levou o caiaque contra a correnteza (note no filme como o vento soprava forte) , pois sua maior área velica estava na superfície, mas eu tinha agora que nadar com colete, com a maior parte do corpo dentro d'água e então lembrei do Chico, caiaqueiro "macaco velho", falando da inacreditável correnteza do Capivara. O remo, inútil, ficou nas mãos deste inútil, então enfiei ele a entre a vegetação para tentar nadar. Não deu. Não dava para subir na margem, então fui agarrando na vegetação até chegar ao caiaque.

Santos filminhos do Youtube, clique aqui para ver, desvirei o caiaque e subi sem problemas, mas ao contrário, voltado para a popa, virei-me e subi a âncora. Usando o caiaque como prancha, deitei nele e remei com as mãos até onde estava o remo. Encalhei o caiaque na vegetação da margem e fui contabilizar os danos.

  • Moral : perdida, quando a encontrei, abalada  :-)
  • Varas: a telescópica quebrada e a outra, com molinete, sumida
  • Iscas: uma Inna "foguinho" e uma Sumax Marvada perdidas (não estavam dentro da caixa de iscas,  a qual estava presa em um salva-caixa-de-iscas), não as achei boiando.
  • Faca : embolada na corda da âncora, mas a bainha sumiu. 
  • Boné, achei na margem
  • Óculos polarizado: pensei que que tinha perdido, mas estava nas costas e a gola do colete impedia de eu senti-lo  
  • Equipamentos da caixa traseira: estavam todos lá, a rede elástica que o Juca me presenteou segurou tudo que estava dentro da caixa. 
  • Documentos, dinheiro e celular molhados (deixei o fecho do protetor de documentos aberto). O celular, um Nokia antigão, funcionou (já vi que a bost... é mesmo o Motorola)  
  • Funcionamento do colete: estava muito folgado, bastante largo e quando cai na água, subiu para sair pela cabeça sendo retido pelas fitas entre as pernas (cordão cheiroso). Já estou apertado ele.
Agora faltava achar a vara. Procurei para caramba. Arrastei a âncora e nada. Bem, pensei, me ferrei, mas agora não vou estragar pescaria do Juca. Fui ter com ele e contei a desventura. Não pude deixar de notar que o companheiro e amigo Juca segurava o riso, educadíssimo. Lembrou-me que o relato no CB era dele, a vez dele. Pensei: vai ser implacável.

Na saída tentamos achar a vara perdida e o Juca até mergulhou, mas nada de encontrar. Desistimos.

Estava esperando o relato dele, mas o cara trabalha tanto que não teve como fazer o relato e hoje mandou o filminho e as fotos e estou relatando primeiro aqui no Blog.

A lição aprendida
Não é pelo rio ser estreito e com profundidade média de uns 2,50 metros que eu deva deixar de usar os "salvas" caiaque (leashe), remo, varas, caixas e ferramentas e colete. Uma combinação inesperada de fatores podem transformar um local seguro em perigoso ou, como foi o caso, trazer um bom prejuízo. Vou tomar mais cuidado.

Já em casa, pesei o tucunão: 1,56 kg.

  As fotos e filme são do Juca.

Informação inserida em 05/04/2012 às 10h05min
Mapa do local e principais pontos (clique para ampliar).










Dia do Jipeiro

Recebi um e-mail do Fórum Brail 4X4 e reproduzo aqui. Jipeiros e Pescadores Jipeiros, parabéns pelo nosso dia.